A deputada estadual Valéria Bolsonaro
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Com passeata por rodovia, ato pede leitos no HC e abertura do comércio

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Protesto também teve discursos da prefeita Suéllen Rosim, empresário Luciano Hang, Major Olímpio e Valéria Bolsonaro

Terminou com uma passeata pela avenida Nações Unidas e rodovia Marechal Rondon o ato de ontem (12) que reuniu empresários e trabalhadores do comércio, o proprietário da Havan, Luciano Hang; a prefeita Suéllen Rosim (Patriota), a deputada estadual Valéria Bolsonaro (sem partido) e o senador Major Olímpio (PSL). As reivindicações por mais leitos hospitalares e, principalmente, pela reabertura dos estabelecimentos comerciais foram as principais pautas dos manifestantes.

Chamado pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Bauru e Região, o protesto também foi marcado por críticas ao governador João Doria (PSDB), incluindo pedidos de impeachment.

Por outro lado, Suéllen, recentemente acusada pelo tucano de fazer vassalagem para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi exaltada por oradores, em faixas e pelo público que acompanhou embaixo do caminhão de som.

Comerciantes também foram ao microfone relatar as difíceis condições que enfrentam com as portas fechadas para o atendimento ao público, em decorrência da classificação da região de Bauru na fase vermelha do Plano São Paulo. Na semana passada, Lei Municipal que classificou como essenciais diversas atividades foi sancionada, mas sua vigência foi suspensa pelo Tribunal de Justiça após pedido do Ministério Público.

‘REAGE, SÃO PAULO’

Walace Sampaio, presidente do Sincomércio, anunciou que o ato daria início a um movimento de abrangência estadual, batizado de “Reage, São Paulo”. Em seu pronunciamento, defendeu que os estabelecimentos voltem a abrir as portas a partir de hoje.

Presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), Reinaldo Cafeo frisou que os setores da economia responsáveis por 70% da riqueza da cidade nunca ignoraram a necessidade de cuidados com a saúde. “Que seja um marco”, disse, referindo-se ao ato.

PREFEITA

A passagem de Suéllen foi breve. Depois de discursar no caminhão, estacionado na Havan, retornou à prefeitura antes que o protesto se deslocasse para a Nações e para a Rondon.

A prefeita também falou em equilíbrio entre saúde e economia. “Chega um momento em que tudo é essencial, pois todos precisam colocar comida dentro de casa”, disse ao público presente, alegando defender as famílias e o direito ao trabalho.

Garantindo que sua posição não está relacionada a “politicagem”, falou sobre o problema crônico de falta de leitos hospitalares e pediu a abertura definitiva do Hospital das Clínicas. Também agradeceu Luciano Hang pelo projeto anunciado de ampliação de sua loja em Bauru e a consequente geração de novos empregos. O empresário atribuiu a João Doria a responsabilidade sobre o saldo negativo de empregos em São Paulo no ano passado, alegando que as únicas três unidades fechadas de sua rede estão situadas no Estado.

Segundo Hang, a manutenção de dez leitos de UTI custariam aos cofres cerca de R$ 500 mil ao mês, valor que considera baixo se comparado aos prejuízos decorrentes do fechamento.

O empresário acompanhou os manifestantes até a Rondon, falou que a perda da sua mãe para a Covid não impede sua luta pela economia e contou sobre a ajuda financeira que deu a uma ambulante do centro da cidade, após comentar sobre a tristeza que sentiu ao andar pelo Calçadão da Batista e se deparar com os estabelecimentos funcionando em meia porta.

Bloqueio

Rodovia Marechal Rondon interditada pelos manifestantes / Foto: Malavolta Jr.

Por volta das 15h10, os manifestantes pararam os dois sentidos da avenida Nações Unidas, com faixas contra Doria e em favor de Suéllen. Depois de cinco minutos, se deslocaram para a Rondon, onde permaneceram por cerca de 25 minutos. Com retaguarda da Polícia Rodoviária, foram bloqueados os dois sentidos da via, além dos acessos pelas marginais. Buzinas dos carros na pista e gritos de “Fora Doria” entoaram o ato.

Senador e deputada apoiaram iniciativa

Senador Major Olímipio: não há embasamento técnico para o fechamento / Foto: Malavolta Jr.

O senador Major Olímpio fez críticas ao governo do Estado, alegando não cumprimento do compromisso com a abertura de novos leitos. Ao JC, apontou ainda o aumento da alíquota de impostos para diversos setores da economia.

Na sua avaliação, o tucano contou a confiança do eleitorado do Interior para vencer a eleição, mas não correspondeu às expectativas.

“Bauru tem papel estratégico por estar na região central do estado de São Paulo. Estou aqui em total solidariedade à população, à prefeita e ao comércio. Não tem mais condicionante técnica que justifique o fechamento”, disse o senador, que também criticou as ações e as decisões da Procuradoria-Geral e do Tribunal de Justiça, que vêm derrubando tentativas de flexibilização da fase vermelha.

DEFESA

A deputada estadual Valéria Bolsonaro exaltou a “coragem” de Suéllen. A parlamentar já havia defendido a prefeita Assembleia Legislativa, após as críticas a ela pelo governador.

A parlamentar cobrou do movimento feminista reações em favor de Suéllen e também reivindicou que o parlamento estadual analise três pedidos de impeachment já protocolados contra Doria.

Em Lençóis Paulista

Em Lençóis Paulista, a Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista (Acilpa) também promoveu ato cobrando o aumento do número de leitos para pacientes com Covid-19 e a reabertura do comércio. O protesto reuniu 122 veículos e mais de 300 pessoas, que percorreram as principais ruas do Centro e trechos das rodovias Marechal Rondon e Osni Mateus. “Assim como toda região, Lençóis se posicionou. Mostramos que nossa região não aceita essa situação”, disse José Antonio Silva, presidente da Acilpa e vice-presidente da Facesp.

Fonte: Jcnet
Por Vinicius Lousada
Foto: Malavolta Jr. | A deputada estadual Valéria Bolsonaro, Walace Sampaio (do Sincomércio) e Luciano Hang