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Setembro dá início à época de acidentes com escorpiões; veja cuidados

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Setembro dá início à época de acidentes com escorpiões, veja cuidados

já viu um escorpião-amarelo?

Os relatos sobre o aparecimento de escorpiões próximos às casas costumam aumentar em setembro. Isso porque o tempo úmido e quente é mais propício para a proliferação do aracnídeo. Assim, a quantidade de escorpiões começa a aumentar, até chegar ao ápice no verão.

“A partir de setembro e outubro começam a aumentar o número de acidentes também”, alerta Fan Hui Wen, responsável pelo Núcleo de Venenos e Antivenenos do Instituto Butantan.

Você sabia que os escorpiões estão espalhados por cidades grandes como São Paulo e que as espécies mais comuns são venenosas?

Em 2015, ocorreram 176 acidentes com escorpiões em São Paulo, de acordo com a prefeitura. Os casos se concentram nos meses de janeiro e fevereiro e de setembro a dezembro.

Fizemos uma lista com o que é preciso saber e quais cuidados devem serem tomados em relação a esses animais:

Onde vive, o que come, quando sai para caçar?

O escorpião é um aracnídeo que se adaptou muito bem ao ambiente urbano carente de infraestrutura de esgoto e saneamento básico – como bairros das periferias das grandes cidades. Isso porque o alimento dele é a barata. Para evitar a presença do escorpião, a melhor recomendação é manter o ambiente do entorno da casa sempre limpo e fazer a manutenção da caixa de esgoto e da caixa de gordura. O escorpião fica entocado durante o dia e sai para caçar à noite.

Quais são as espécies mais comuns?

Existem cerca de 1.200 espécies de escorpiões no mundo. Na região Sudeste do Brasil, em uma cidade grande como São Paulo, é comum a presença do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e do escorpião-marrom (Tityus bahiensis). Os dois são venenosos – como todos do gênero Tityus. O veneno do amarelo é mais potente que o do marrom. É ele que costuma causar acidentes graves e podem levar crianças à morte.

Como evitar a picada?

A melhor forma de evitar acidentes com escorpiões é evitar que eles entrem em casa. É necessário vedar frestas, tampar ralos e fechar fissuras onde o animal possa se esconder. Para quem tem quintal, as galinhas podem ajudar na solução do problema, já que são predadores naturais dos escorpiões.

Fui picado?

É fácil perceber se você foi picado por um escorpião devido à dor forte que surge rapidamente no local onde o veneno do aracnídeo foi inoculado. O escorpião pica regiões descobertas do corpo, como pé, pernas, mãos e braços.

Cuidado com as crianças!

No adulto, o veneno do escorpião causa forte dor no local da picada, que pode irradiar para todo o membro. Já em crianças pequenas, além da dor, podem ocorrer náuseas, taquicardia, sudorese, arritmia cardíaca e edema pulmonar. Esse choque provocado no sistema cardiovascular pode levar à morte.

O que fazer em caso de picada?

Nunca use garrote, corte ao redor da lesão ou coloque folhas, pó de café, etc. A primeira coisa a fazer é lavar o local da picada e fazer compressa com água morna. Em seguida, procurar o hospital mais próximo, onde é feita uma avaliação da dor. Caso ela continue intensa, pode ser utilizada anestesia ou receitado analgésico.

Como saber se o quadro é grave?

Hui Wen explica que a pessoa pode apresentar sonolência ou agitação três ou quatro horas após a picada. “Este é o sintoma que indica que o quadro pode se agravar”, diz. Nesse caso, deve ser dado o soro antiescorpiônico. Essas situações são mais comuns com crianças pequenas. “Em adultos, costuma aparecer só a dor. O soro é reservado para os sintomas de agravamento”, explica.

E depois de tomar o soro?

A criança que passa por um quadro de agravamento da picada de escorpião precisa tomar o soro antiescorpiônico em tempo adequado e ficar em observação no hospital. O acompanhamento hospitalar é feito até que o veneno seja eliminado por completo e os efeitos desapareçam.

Quais locais possuem o soro?

O soro antiescorpiônico é oferecido por uma rede de unidades de saúde de referência no tratamento da picada de escorpião, com presença em várias cidades ou regiões. Em São Paulo, é o hospital Vital Brasil, dentro do Instituto Butantan, que fornece o soro. Quem é picado, contudo, deve procurar a unidade de saúde mais próxima.

Há veneno contra escorpião?

Segundo Hui Wen, o uso de veneno contra escorpião ou contra sua fonte de alimentação – a barata – é algo controverso. “Dependendo de como é feito o processo de dedetização, o que pode acontecer é apenas irritar o escorpião, que vai procurar comida em outro lugar”, diz. A especialista alerta que usar veneno onde há escorpião pode fazer o aracnídeo entrar dentro das casas.

E o que faço se encontrar um?

O Instituto Butantan recomenda coletar e remover o animal que entrar dentro de casa. Caso você se sinta inseguro para fazer essa remoção com cuidado, pode utilizar um chinelo ou uma vassoura. O Centro de Controle de Zoonoses, órgão da Prefeitura de São Paulo, realiza o controle desses animais. Caso você conheça um local onde há escorpião, pode notificar a prefeitura, que providencia a remoção.