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Alerta: Bauru tem três novos casos de H1N1 e um de H3N2

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20/06/2018 07:00 –
Alerta: Bauru tem três novos casos de H1N1 e um de H3N2
Secretaria Municipal de Saúde diz que essas ocorrências reforçam ainda mais a necessidade de a população se vacinar
Vitor Oshiro

Após o primeiro óbito do ano por conta de H1N1 em Bauru, três novos casos da doença foram confirmados ontem, o que acende ainda mais o alerta para a necessidade de vacinação. Além disso, foi registrada também a primeira confirmação do ano de H3N2 (vírus que provocou um grande surto de gripe nos Estados Unidos) e o município aguarda o resultado de outras sete situações suspeitas.

A constatação desses novos quatro casos – todos eles sem mortes – foi feita pelo Departamento de Saúde Coletiva, da Secretaria Municipal de Saúde. “Os quatro pacientes apresentaram febre, falta de ar, tosse e dor no corpo”, destaca a nota, complementando que todos são moradores das regiões Norte e Nordeste da cidade e já receberam alta.

A pasta detalha que os três pacientes (os nomes não foram divulgados) com H1N1 são: um homem de 43 anos, não pertencente do grupo de risco e que foi tratado na UPA Ipiranga sem necessidade de internação; uma professora de 58 anos, que não recebeu a vacina; e uma gestante de terceiro trimestre, de 22 anos, que foi imunizada em dezembro de 2017 (composição anterior à vacina deste ano).

Já o caso de H3N2 refere-se a uma mulher de 31 anos, que não se vacinou contra a gripe, apesar de pertencer ao grupo de risco, uma vez que tem pneumopatia crônica.

IMUNIZAÇÃO

Ezequiel Santos, diretor da Vigilância Epidemiológica Municipal, comenta que os novos casos reforçam ainda mais a necessidade de a população bauruense aderir à vacinação. “A imunização é fundamental. Um exemplo foi o caso da gestante, que havia se vacinado em 2017. A vacina não impede que a pessoa tenha a gripe, mas diminui a intensidade. Caso ela não tivesse se imunizado, é um caso que poderia ter resultado em óbito”.

Sobre o primeiro registro de H3N2, ele não vê Bauru, hoje, com risco de um surto, como ocorreu nos EUA, contudo mantém o sinal de alerta aceso. “Nos Estados Unidos, houve esse surto porque a vacina com essa cepa não ficou pronta lá em tempo. Aqui, foi diferente. Mas, nosso receio é porque a cobertura vacinal ainda está abaixo do ideal em Bauru”, destaca.

A Secretaria de Saúde informa que 74% do público-alvo foi vacinado até o momento no município durante a campanha, que foi prorrogada até esta sexta (dia 22). Uma das grandes preocupações é em relação aos grupos de crianças e gestantes, que somam, cada um, 55% vacinados.

A pasta recomenda que todas as pessoas que ainda não se protegeram e pertencem aos grupos de risco (veja o quadro acima) procurem uma Unidade de Saúde mais próxima para receber a dose das 8h às 17h.

A vacina imuniza contra os vírus A (H1N1), A (H3N2) e influenzas do tipo B.

UMA MORTE

Além dos três registros de H1N1 divulgados ontem e dos sete casos em suspeita, Bauru teve, conforme o JC noticiou no último sábado, a primeira morte por conta da doença.

Trata-se de uma moradora na região central e que tinha obesidade e doença cardiovascular crônica, mas, apesar de pertencer ao grupo de risco, não havia se vacinado.

A mulher morreu na última segunda-feira, dia 11, na UPA da Bela Vista.

Circulação de vírus X casos graves

O caso de H3N2 em Bauru não é uma surpresa. Até porque, conforme o JC noticiou no dia 28 de maio deste ano, o Programa Sentinela já havia confirmado que tal vírus circulava na cidade. Na ocasião, também foi constatado que estavam em circulação ainda os vírus H1N1 e Influenza B.

Diretor da Vigilância Epidemiológica Municipal, Ezequiel Santos explica que apenas a identificação do vírus não entra para a contabilidade oficial de casos. “Quando a pessoa dá entrada na unidade de saúde com sintomas de gripe, é perguntado a ela se pode ser feito o teste. Mas essas pessoas não têm sintomas graves da doença. Então, nem ficam internadas”.

Se, no resultado desse teste, surgirem alguns desses vírus, o município entra em contato com o paciente. “Nesse momento, informamos para a pessoa que ela estava com determinado vírus. Esses casos leves servem para ver se o vírus circula, mas não entram nas nossas estatísticas de registros oficiais. Os casos que são contabilizados são aqueles que evoluem para síndrome respiratória aguda grave”, informa Ezequiel Santos, complementando que os dados do Programa Sentinela, inclusive, servem para balizar o tipo de vacina que será disponibilizada na campanha em ano seguinte.